Ter a bom Porto

Este fim-de-semana vou ter a bom Porto. Vou visitar o D.Pedro IV (1826-1828) que foi o primeiro imperador do Brasil. Esteve envolvido nas Lutas Liberais contra o irmão D.Miguel (1828-1834), com quem acordou casar a filha Maria, futura D.Maria II (1834-1853), neta da primeira (1777-1816), que se passou dos "carretos". Este monarca tem também a estátua no Rossio, mas como não tenho "palha" para três cavalos, porque vou ver também o meu amigo Vímara Peres, junto à Sé, que foi o primeiro governante e "reconquistador" do Porto (no ano de 868), fico-me desta vez por aqui. Vou visitar também Almeida Garret (1799-1854), que fica mais a cima, junto a Câmara Municial, nos Aliados, que vieram para a rua celebrar a vitória na Segunda Guerra Mundial em 45, as vitórias europeias de 87 e 2004, e dar-lhe os parabéns pelo seu Frei Luís, que é afinal a única coisa teatral que teve jeito no nosso país. Vou passar pela rotunda da Boavista, embora já veja mal, e contemplar o leão em cima da águia (nada de futebóis), pois ele contempla e Revolução Liberal de 1820, mais concretamente do regresso da corte à metrópole, D.João VI (1816-1826), pai dos dois primeiros, contra a prepotência inglesa, depois dos cercos franceses napoleónicos, que trouxeram à segunda (1809) ano da célebre Tragédia da Ponte da Barcas, o não menos célebre "maneta" Loison, que lhe ficou com a expressão. Enfim, andando por aí não andamos à toa, pois como disse Miguel Torga, "do meu cantinho vejo o mundo", sem andar por andar, como nessas visitas de estudo tão banais e desprovidas de conteúdo, como burros a olhar para palácios.